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06 abril 2010

Weingart - o gênio do design

O que falar sobre Wolfgang Weingart? Que ele foi um gênio? Que foi inovador, um excelente designer de tipos? Sim, ele foi tudo isso e muito mais. Além de ser um professor incentivador de idéias e precussor de uma nova geração de designers, ele fez história com suas ousadias tipográficas.

Confesso que demorei para me apaixonar por tipos, como qualquer principiante de design, achava que era apenas escolher as "letrinhas" mais bonitinhas de acordo com cada projeto... porém... o amadurecimento vem, você não deseja mais ser um "comercial designer" e deseja expressar, sentir e mostrar suas opiniões através do design... passando a ser uma artista além de tudo.

E na Europa o design é arte, sempre foi e sempre será, porque os caras querem experimentar, ousar, vender (é claro), mas com uma visão mais específica - diferente do design americano - o que vale é vender, consumir e ... enriquecer!

Nesse cenário europeu é que aparece o Wolfgang Weingart, o momento do Design Pós-Moderno, ele quebrou com as regras puritanas de composição realizadas com esmero por Josef Muller, Emil Ruder e Armin Hoffman na Suiça. Mas ainda não era o momento dele, pois o mundo prestava atenção no design inglês inovador, com as bases no movimento punk, de Peter Seville e Neville Brody.

O trabalho gráfico de Weingart é marcado por espaçamentos diferenciados entre os caracteres, criação de desenhos e formas com os tipos, não há uma leitura imediata dependendo da proposta gráfica, e sua tipografia baseou-se em regras semânticas, da sintaxe e da funcionalidade.

Ele estava mais interessado nas qualidades gráficas da tipografia, acreditava que certas modificações poderiam intensificar a mensagem textual e visual de qualquer composição gráfica, de um projeto de design.

"É um artista dialético que trabalha nos níveis mental, emocional e pragmático".

Ele nunca deixou de estudar as noções básicas da tipografia, isso é essencial para se criar, assim como em tudo na vida, portanto, lettering, espaçamento, entrelinhas, tipos de impressão, tamanho, diferentes sistemas de impressão e composição... tudo isso são detalhes importantes na hora de compor um texto.

E para terminar fico com as suas definições de o que seria Tipografia, que em minha opinião são fantásticas:

" É transformar um espaço vazio, num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se você tem uma determinada informação ou um texto manuscrito e precisa dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia...

Tipografia pode ser também algo que não precisa ser lido... pode fazer algo ilegível, para que o leitor descubra a resposta. Isso também é possível, e isso também é tipografia".

Wolfgang Weingart

fonte:

O Tipo da Gráfica - Cláudio Ferlauto

Tipográfos . Net


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