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25 julho 2009

Um pouco de história

Arte rupestre em Piauí

De forma humilde, falarei um pouco da história do cinema, colocar em prática o que aprendi nessa semana.

Desde os primórdios o homem buscou formas de expressão, mesmo antes da fala, manifestavam através de danças, rituais, mímicas e gestos, sons... o mistério da vida. O mágico, o mistérios foram transformados em deuses... e bucou-se formas de registrar os acontecimentos: desenhos nas paredes das cavernas com sangue e semestes.

Por que essa vontade de registrar? Por que a vontade de deixar suas marcas? Por que a vontade de narrar as histórias que faziam parte do cotidiano?

Os egípcios

O homem desde sempre fora curioso, instigador - essa força é a que nos move - e dessa forma, durante a nossa evolução, vieram Impérios, imperadores, filósofos... e essas novas civilizações acharam sua forma própria de registro.

Os gregos

Os persas

O ímperio Carolíngio

Olha que coisa louca, a imagem foi usada como forma de poder e manipulação, já que 99% dos povos eram analfabetos. Era o início do design, da propaganda e marketing. A imagem sempre falou muita coisa, principalmente as conquistas e o poderio dos imperadores. Mas isso é outro assunto.
Usou-se o desenho, a pintura, e nesse processo os instrumentos também foram se aperfeiçoando, mas a maior invenção, o boom daquela época, foi a invenção da fotografia. Essa sim revolucionou!
Dela surgiram os primeiros experimentos de animação, as primeiras tentaivas de deixar a fotografia viva - se posso assim dizer.

O zootropo

O praxynoscópio

Vieram os thaumatrópio, fenaquistiscopio, zootropo, praxynoscópio, eram diversos cientistas pesquisando e inventando instrumentos para movimentar imagens. Em 1876, Eadweard James Muybridge fez uma experiência, primeiro colocou doze e depois 24 câmaras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxinoscópio pode recompor o movimento.

O thaumatrópio - duas faces diferentes com linhas nas pontas

Essa foi a primeira experiência de Eadweard, é claro que estava em movimento:

Foi Thomas Edson e os irmãos Lumiére que fizeram os primeiros experimentos que deu ínicio ao nosso cinema. O Thomas inventou o cinetoscópio, uma caixa escura, onde a pessoa olhava de fora, num orífício imagens fantásticas, sensuais, engraçadas, e fora do comum. As pessoas pagavam para ver essas animações. E os Lumiéres inventaram o cinematógrafo, e fizeram a primeira projeção de filme numa tela - eram filmes do cotidiano parisiense sem nenhum preocupação estética ou narrativa.

Mas foi o grande ilusionista francês, Georges Méliés, que deu o primeiro salto à evolução de tudo isso: ele foi o primeiro da criar um filme de verdade. Posso dizer que foi o pai do cinema. Em seu filme "Le Voyage dans la Lune" (Viagem à Lua), de apenas 14 minutos, criou uma história, teve procupação estética, criou um estúdio de filmagem e produção, e também exibiu às pessoas.
"Le Voyage dans la Lune"


Achei o máximo ver esse filminho, mesmo truncado, complicado de entender... mas foi lindo ver o primeiro filme do mundo (sem esquecer dos experimentos passados produzidos).

E daí... teve muuuuuuuuuuuuuita evolução, que aos poucos irei escrevendo por aqui. Espero que gostaram.

23 julho 2009

Cinema!

Tô fazendo um curso na Caixa Cultural sobre cinema: A evolução do Cinema - quer coisa mais gostosa do que aprender sobre história, discutir sobre tudo e assitir diversos filmes?

Estou adorando, e no próximo post entrarei com mais detalhes. Deixarei dois links de fóruns sobre cinema e lá nós conseguimos baixar filiminhos difícieis de achar por aqui sabe? No nosso país emergente... que falta um pouco de tudo!

São o Allzine e o Cine-Clássico. Bom divertimento!

13 julho 2009

De onde viemos e pra onde vamos?


Perguntinha básica de filósofo, ou um metido em - eu sou a metida ok?

Hoje de bobeira em casa, porque dei aula só a noite, fiquei assistindo a Tv Escola (coisa de professor, que sina!), e estava passando um documentário de química, sobre a formação dos elementos, prótons, neutróns... como era formado o universo, as estrelas o Sol...

Aprendi muito. E vendo as imagens: explosão das estrelas, o Sol, nossa galáxia... perdi em vários questionamentos - De onde viemos? Pra onde vamos? - pergunta básica pra quem quer filosofar.

É instigante, a física quântica nos traz muitas respostas, mas sempre fiquei na dúvida, por que penso como era antes de tudo existir. Vale a dica: o filme Quem somos Nós?.

Como era? Ou sempre foi dessa forma, uma grande vazio escuro, sem ar, sem som... Antes de tudo existia o que? Desde pequena perguntava isso e brigava no catecismo, porque a religião não me repondia - desde pequena uma pimentinha, como minha mãe fala.

No budismo falam que somos um vazio e viemos do vazio, que o nada é o tudo, e somos energia e fazemos parte do Cosmos - isso já são afirmações que me atraem.

E não deixo de ficar emocionada, feliz e curiosa, ao olhar um céu a noite com suas estrelas e seus mistérios... quando teremos as respostas? Ou já temos, ou saberemos apenas na hora certa?

09 julho 2009

Mais um dia

Hoje, depois de uma noite turbulenta, com pesadelos, ou melhor, sonhos estranhos, sai rápido pela manhã rumo ao estúdio. Estava decidida a fazer uma tatuagem, na nuca, um khanji... até montagem no computador havia feito, e enquanto caminhava na rua, minha cabeça girava, girava, meu coração batia... e agora? Tinha mesmo certeza do que ia fazer?

Cheguei no lugar e fiquei parada no corredor escuro, acendi a luz e fiquei parada. Encostei na parede, fechei os ollhos e pensei. Abri os olhos. Olhei pra mim, pras mãos, pros pés, pernas, braços e mudei de idéia : nada de tatuagem! Que loucura! Sou impulsiva - na certa daqui uns anos vou me arrepender! Meu corpo é todo perfeitinho pra virar um gibi!

Sai aliviada, fui na lojinha Só 1 Real - achei um jarro, que legal! Agora tenho meu próprio jarro pro folclore... comprei também uma esponja vegetal... vaguei numa loja de roupas e fiz todo o mesmo caminho de antes para voltar pra casa.

Fui fazer o almoço, me escolheram hoje, mas não reclamo porque adoro cozinhar! Adoro! Acho uma arte. E assim, peguei os tomates, o orégano na horta, o macarrão... acendi o fogo, esquentei os tomates e logo os colocava na bacia com água gelada e gêlo - descasquei cada um, piquei e ficaram no liquidificador por um tempo...

A água fervendo, a carne fritando com a cebola e o alho, os tomates processados... e eu sozinha, me divertindo e perdida nos meus pensamentos.

Um gole de vinho, coloquei Seu Jorge bem alto, cozinhar sem música não dá! Cantando, dançando, picando salsinha, bebendo... e a saudade bateu!

Saudade de um tempo que não existiu, das coisas que eu queria e não tive, das pessoas que entraram e sumiram da minha vida - da minha infância - das pessoas especiais que estão comigo.

Saudades...

Acho que vou fazer um piercing na orelha.

*Minha comida ficou digna de um grand Chef!

07 julho 2009

Da universalidade da dor de amor à subjetividade da arte


Carta de rompimento enviada por Greg Shephard


Sophie

Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último e-mail. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito. Como você pôde ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência.

Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a “quarta”. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as “outras”, não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.

Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e “generoso”, se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu “desassossego” se dissolveria nela para encontrar você.

Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as “outras”. E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Jamais menti para você e não é agora que vou começar. Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente.

Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo. Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita.

Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá. Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro.

E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único. Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide de você.

X


Uma exposição bem interessante no Sesc Pompéia: Cuide De Você

05 julho 2009

O Bailado de Flávio Carvalho

"A psicánalise matou o Deus"
E essa peça performática, experimental, com direção de Roberto Lage e atuações do Núcleo Experimental Sesi - Acaba assim, com esse refrão num sambinha.
Vejam!
É gratuito, é bom, é divertido, é inteligente, é sacada, com boas atuações, com boa trilha sonora e o trabalho corporal dos atores está muito bom. E minha amiguinha da Belas Artes está no elenco, a Fabiana S. - e atua muito bem, por sinal.
"Marcada pela ausência de diálogos, a montagem surgiu da proposta do diretor de resgatar o universo do artista fluminense Flávio de Carvalho, radicado na capital paulista.O grupo usou como ponto de partida a peça Bailado do Deus Morto, escrita e encenada por ele em 1933, do texto teórico A Origem Animal de Deus e do artigo A Cidade do Homem Nu.Em torno desse eixo condutor aparecem as famosas experiências do artista, as pinturas e suas instigantes reflexões acerca do homem moderno, dentre as quais, a crença de que há três fatores que valem a existência: medo, fome e sexo."

Mais informações: Bailado

Sobre Flávio de Carvalho (1889-1973):

Foi um dos grandes nomes da geração modernista brasileira, atuando como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor e filósofo.
Tendo estudado na Inglaterra, e pertencente à segunda geração de modernistas de São Paulo, Flávio Resende de Carvalho desenvolveu suas múltiplas atividades, como arquiteto, fundador do Teatro Experiência, em 1933, organizador do 3º Salão de Maio, em 1939, fundador e animador do Clube dos Artistas Modernos, que reunia artistas para conferências, debates e exposições.

Tendo uma personalidade singular e isolada por seu próprio temperamento, Flávio de Carvalho contribuiu, não apenas como poderoso animador do meio artístico paulista dos anos 30,como por suas audaciosas experiências.

Fonte: Museus Brasileiros, vol. 6, Edição Funarte, Rio, 1982.

03 julho 2009

De arrepiar!

Um corpo
Possibilidades mil
Uma mente
Sonhos infinitos
Expressão
Imprimir, experimentar
Criar, expressar...
Movimentar
Dizer, atuar
Ser...
Dançar!

Para quem não conhece, um pouco da Pina Bausch!

02 julho 2009

Adeus Pina Baush

Coreógrafa e bailarina alemã Pina Bausch morre aos 68 anos
Dançarina era conhecida pelo estilo expressionista único de dança.Segundo comunicado, ela morreu de câncer cinco dias após diagnóstico.

Que perda!

Iria escrever sobre outra coisa, mas quando vi essa notícia mudei de idéia, porque Pina... foi fantástica! Desenvolveu um jeito único de dançar : a Dança - Teatro, que teve início com Laban e seus dicípulos - e ela sempre contou histórias de sua vida, de outros e de diversos povos em suas coreografias.

Isso é um super resumo... vale a pena ler os livros... inclusive, como ela misturava os universos feminino e masculino em suas criações, o Almodóvar interessou-se e a inseriu em seu filme: Fale com Ela.

Ela foi a própria expressão, a própria dança, o movimento puro que vem da alma e transcende o mundo carnal e efêmero.


Em 2007, Pina Bausch foi agraciada com o Prêmio Kyoto e, em 2008, com o Prêmio Goethe. Em 2008, o cineasta Wim Wenders estava preparando documentário sobre ela.


Produções
"Komm tanz mit mir" ("Vem, Dança Comigo", 1977)
"Keuschheitlegende" ("Lenda de Castidade", 1979)
"Viktor" (1986), ou "Café Muller".
"Rough Cut" (dedicada à Coréia do Sul)

"Água" (2001, é fruto da passagem da coreógrafa pelo Brasil)



Escrever [e dançar] é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu. Como conseguirei saber do que nem ao menos sei? assim: como se me lembrasse. Com um esforço de memória, como se eu nunca tivesse nascido. Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva.
Clarice Linspector