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25 dezembro 2009

Embalagens!!

Embrulho antigo do Queijinho, feito por Lygia Pape

Design aposentado

Embalagens clássicas de produtos saem de cena e geram debate sobre memória afetiva e patrimônio do design no paí.

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante da prateleira de um supermercado, Daniela Name levou um susto. "Foi horrível", lembra a curadora, que correu para casa e postou em seu blog que a Piraquê estava aposentando as embalagens dos biscoitos Queijinho e Presuntinho, desenhadas pela artista Lygia Pape nos anos 60. "São mudanças criminosas, assassinas", diz ela. "É muito sério."
No lugar dos arranjos em vertente construtiva dos pequenos biscoitos, projeto de Pape, está agora uma disposição mais convencional, com uma grande tarja com o nome do produto quebrando o desenho. "Nem por hipnose alguém me convenceria de que essa coisa horrorosa é mais eficiente", esbravejou Name, na web.
É uma reação parecida com a do designer Alexandre Wol- lner, que viu sua embalagem clássica das sardinhas Coqueiro dar lugar a um design brilhante e modernoso, que rompe com os traços minimalistas de seu desenho, pondo no lugar uma linguagem mais figurativa.
"É uma esculhambação total da Coqueiro", diz Wollner. "Não pode trocar um desenho por uma coisa mais bonitinha."
Bonitinhas ou assassinas, marcas mudam. E geram um debate entre artistas e designers sobre o que é patrimônio visual e como lidar com o que já foi ícone do design brasileiro em meio às mudanças que seguem o ritmo do mercado.
Se por um lado saem de cena os últimos exemplos dessa corrente modernista, por outro empresas retomam logomarcas ornamentadas do passado.



Novo desenho põe em xeque "potência afetiva"

Designers falam em patrimônio visual e ideia de design como expressão do tempo

Momento atual permite convivência da sintaxe modernista com projetos vintage, de retomada de marcas do século passado

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo sem saber que Lygia Pape estava por trás dos biscoitos flutuantes nas embalagens da Piraquê, várias gerações se acostumaram a ver nos mercados a serialização geométrica dos pacotes. Do mesmo jeito que a lata de sardinhas Coqueiro, desenhada em 1958, ficou mais de 40 anos em circulação.
É tempo suficiente para criar, mais do que uma identidade corporativa, uma memória afetiva desse desenho. "O que está em jogo não é tradição, e sim afeto", postou Daniela Name em seu blog, saindo em defesa das embalagens que marcaram sua infância. "Essa é a base da história e da longevidade de um produto de design."
Tanto que gente como o publicitário paulistano Eduardo Foresti guarda em casa as embalagens mais emblemáticas que encontrou pela vida, dos biscoitos Piraquê aos cosméticos Granado. "As pessoas se irritam quando muda algo com o qual existe uma relação sentimental", diz Foresti. "Um exemplo é a bala Chita, que era um macaquinho. As pessoas se ressentem dessas mudanças."
Quando a Varig decidiu substituir o desenho de um homenzinho voando pela rosa dos ventos na cauda de seus aviões, em 1962, pilotos se recusaram a voar sem o Ícaro, e a empresa foi obrigada a repintar o desenho no bico das aeronaves.
Mas pessoas também crescem, o tempo passa e marcas precisam lutar para manter o frescor. "Todas as empresas precisam se manter na concorrência, que é fortíssima", analisa o designer André Stolarski.
"O problema não é a mudança, mas como ela é feita, porque se o novo projeto perde uma característica que é distintiva em termos de mercado ou patrimônio visual, está perdendo feio, perde a potência afetiva."
Stolarski vê um retrocesso nos novos pacotes da Piraquê e da Coqueiro, mas elogia, por exemplo, as mudanças da Pepsi, que reformou há pouco sua logomarca e simplificou embalagens e identidade visual.
"Não faço parte do time que fica lamentando essas coisas", diz Chico Homem de Melo, professor de design e autor de livros-referência sobre o assunto no país. "Essa é uma visão de raiz racionalista, que vem da Bauhaus, o design que se colocava como eterno."
Longe de eterno, Homem de Melo chama o design de "expressão de seu tempo". "Essa é uma história de mudanças, não de permanências", frisa. E lembra que parte da polêmica em torno da aposentadoria de desenhos concretistas de Pape e Wollner está ancorada num momento histórico que passou.
"Esses artistas construtivos achavam que a arte industrial era a saída", diz Homem de Melo. "Então ir para o design não era sair para outra coisa, era mostrar para onde vamos."
Nessa linha, Willys de Castro, Hércules Barsotti, Waldemar Cordeiro, no Brasil, e nomes como El Lissitsky e Kurt Schwitters, no exterior, também fizeram incursões no campo do design, sujeitos à mesma passagem do tempo.
"É o curso das coisas, é natural que ideias novas tomem o lugar das antigas", diz o artista Rafael Lain, da dupla Detanico & Lain, conhecida por sua atuação também no design. "Um design feito há 50 anos responde a questões de 50 anos atrás, que não são pertinentes hoje."
E esse hoje é um terreno aberto. Convivem no design contemporâneo a sintaxe modernista de Pape, Wollner e Aloisio Magalhães e as formas ornamentadas, rococó, dizem alguns, do revival promovido por empresas como a Fiat, que voltou a usar a mesma tipografia de 1901 em sua logomarca.
"Tem um tom de humanidade, calor, que o design modernista não tem", diz Homem de Melo. "Estamos vivendo um revival, ou talvez seja só voltar a alguma coisa lá atrás e reinscrever isso na modernidade."
(SILAS MARTÍ)

Fonte: Folha de São Paulo on line

Educadores e Educação



A representação brasileira da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou, em setembro, o livro Professores do Brasil: impasses e desafios. A publicação traz um rico panorama do cenário educacional, e sobretudo, faz um balanço realista de como se dá a formação do professor e também as condições atuais da profissão – uma análise que vai desde as estruturas de emprego, passa por questões legais e chega à discussão dos salários.
A publicação admite a inclusão escolar ocorrida nas últimas décadas, mas faz a seguinte ressalva:
Esse crescimento do sistema escolar foi sem dúvida um mérito, provindo de grande esforço social, político e de administração, porém é chegado o momento de se conseguir que esse sistema tenha melhor qualidade em seus processos de gestão, nas atuações dos profissionais e nas aprendizagens pelas quais responde. Um dos aspectos a se considerar nessa direção, entre outros, é a formação dos professores, sua carreira e perspectivas profissionais.
A obra [PDF] está disponível gratuitamente na internet.


Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line

21 dezembro 2009

Mensagem de fim de ano!


*Talvez esse seja o último post desse ano... dia 28 vou viajar rumo ao Nordeste (eeehhh) e voltarei só dia 18! Até 2010 com mtos posts!

18 dezembro 2009

Um olhar para as imagens


Estamos num mundo tecnológico e movido à informações, somos bombardeados por imagens, isso não é novidade pra ninguém, mas na maioria das vezes poucos possuem um universo e bagagem para decodificá-las, apreciá-las, absorve-las ou não.

Por isso sugiro um novo olhar para o mundo ao nosso redor. Às pessoas, à rotina, ao nosso dia-a-dia... perdeu-se a poesia do olhar e simplesmente sentir, foi substituida pelo consumir, querer e pelo tempo. Essas vontades sempre existiram no ser humano, o que muda é apenas a época, não serei hipócrita em dizer que antigamente tudo era lindo... não!

Ao meu ver tudo é rotativo, vai e volta, gira em torno de algo maior, de uma energia, e se existe um dia vai deixar de existir e se tranformar em algo. Louco, mas é no que acredito. E isso é a história, as pessoas, é a revolução das coisas e da vida.

E voltando à estética, ao design e a arte... as imagens merecem atenção e elas também possuem um alfabeto próprio que deve ser estimulado e ensinado nas escolas como matéria de arte, e claro como assuntos nas faculdades de artes, design, arquitetura e etc, e isso já acontece.

De acordo com a Sandra Ramalho e Oliveira:

É necessário – e eu continuo defendendo isto - que as pessoas possam

conhecer e usar um referencial mínimo para poder decodificar o universo

de imagens que invade o seu cotidiano. Intuitivamente eu achava que a mesma base

estrutural que sustentava as imagens da arte também estava presente na base das imagens estéticas do

cotidiano. Depois, confirmei através de teorias e de exemplos. Primeiro, foi necessário estabelecer

teoricamente esta classificação. Mas, afinal, o que é arte? Pergunta irrespondível, definitivamente, é

claro, pois pode ser respondida dos mais diferentes modos. No meu caso, eu precisava saber, ou

diferenciar, o que era arte do que não era (e o que seriam essas imagens

que não eram arte?). Jan Mukarovský foi o teórico que me auxiliou, neste sentido. É uma das

questões que eu trato no primeiro dos meus textosdesign, que recebeu o título de IMAGENS

DO DESIGN, IMAGEM DA ARTE?

Não menos polêmico é o assunto seguinte: estética. Quais os diversos sentidos e

interpretações que esta palavra carrega consigo, através da história? E o que hoje atribuímos a ela? Se

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imagens nos interessam, seja quanto à criação ou à leitura (e não é melhor escritor aquele que muito

?), os significados da palavra estética, as funções das imagens, sua condição de imagem

estética ou imagem artística têm que interessar também. Disso aborda o texto que tem como título

AFINAL, O QUE É ESTÉTICA?, que acabou começando também com um questionamento,

como o anterior. Tudo a ver... não são as dúvidas que nos fazem pesquisar, buscar conhecimentos?





E Tom Lopes:

O filósofo Walter Benjamin afirmou certa feita que “o analfabeto do futuro não seria aquele que não sabe ler imagens.”, ou por outra, “aquele que não soubesse fotografar”. O impacto do prognóstico é uma revelação nos dias atuais, haja vista o grande acesso do público à reprodução fotográfica e, por conseguinte, às imagens dela. Nesse mesmo sentido Brecht observa: “a situação se complica pelo fato de que menos que nunca a simples reprodução da realidade consegue dizer algo sobre a realidade.” Assim, cabe indagar como as artes visuais respondem a este impasse? A possível resposta, ainda com Benjamin, não está como se imagina na criatividade do artista, mas em sua capacidade de construir, fabricar algo de artificial.




04 dezembro 2009

Amor

Amor


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração para de funcionar
por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da
sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o
dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos
encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de
ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um
presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais
que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer
momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela
estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos
emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que
está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim,
tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir
morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma
dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou
encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem
atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer
verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as
loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.


Autor: Carlos Drummond de Andrade

01 dezembro 2009