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18 dezembro 2009

Um olhar para as imagens


Estamos num mundo tecnológico e movido à informações, somos bombardeados por imagens, isso não é novidade pra ninguém, mas na maioria das vezes poucos possuem um universo e bagagem para decodificá-las, apreciá-las, absorve-las ou não.

Por isso sugiro um novo olhar para o mundo ao nosso redor. Às pessoas, à rotina, ao nosso dia-a-dia... perdeu-se a poesia do olhar e simplesmente sentir, foi substituida pelo consumir, querer e pelo tempo. Essas vontades sempre existiram no ser humano, o que muda é apenas a época, não serei hipócrita em dizer que antigamente tudo era lindo... não!

Ao meu ver tudo é rotativo, vai e volta, gira em torno de algo maior, de uma energia, e se existe um dia vai deixar de existir e se tranformar em algo. Louco, mas é no que acredito. E isso é a história, as pessoas, é a revolução das coisas e da vida.

E voltando à estética, ao design e a arte... as imagens merecem atenção e elas também possuem um alfabeto próprio que deve ser estimulado e ensinado nas escolas como matéria de arte, e claro como assuntos nas faculdades de artes, design, arquitetura e etc, e isso já acontece.

De acordo com a Sandra Ramalho e Oliveira:

É necessário – e eu continuo defendendo isto - que as pessoas possam

conhecer e usar um referencial mínimo para poder decodificar o universo

de imagens que invade o seu cotidiano. Intuitivamente eu achava que a mesma base

estrutural que sustentava as imagens da arte também estava presente na base das imagens estéticas do

cotidiano. Depois, confirmei através de teorias e de exemplos. Primeiro, foi necessário estabelecer

teoricamente esta classificação. Mas, afinal, o que é arte? Pergunta irrespondível, definitivamente, é

claro, pois pode ser respondida dos mais diferentes modos. No meu caso, eu precisava saber, ou

diferenciar, o que era arte do que não era (e o que seriam essas imagens

que não eram arte?). Jan Mukarovský foi o teórico que me auxiliou, neste sentido. É uma das

questões que eu trato no primeiro dos meus textosdesign, que recebeu o título de IMAGENS

DO DESIGN, IMAGEM DA ARTE?

Não menos polêmico é o assunto seguinte: estética. Quais os diversos sentidos e

interpretações que esta palavra carrega consigo, através da história? E o que hoje atribuímos a ela? Se

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imagens nos interessam, seja quanto à criação ou à leitura (e não é melhor escritor aquele que muito

?), os significados da palavra estética, as funções das imagens, sua condição de imagem

estética ou imagem artística têm que interessar também. Disso aborda o texto que tem como título

AFINAL, O QUE É ESTÉTICA?, que acabou começando também com um questionamento,

como o anterior. Tudo a ver... não são as dúvidas que nos fazem pesquisar, buscar conhecimentos?





E Tom Lopes:

O filósofo Walter Benjamin afirmou certa feita que “o analfabeto do futuro não seria aquele que não sabe ler imagens.”, ou por outra, “aquele que não soubesse fotografar”. O impacto do prognóstico é uma revelação nos dias atuais, haja vista o grande acesso do público à reprodução fotográfica e, por conseguinte, às imagens dela. Nesse mesmo sentido Brecht observa: “a situação se complica pelo fato de que menos que nunca a simples reprodução da realidade consegue dizer algo sobre a realidade.” Assim, cabe indagar como as artes visuais respondem a este impasse? A possível resposta, ainda com Benjamin, não está como se imagina na criatividade do artista, mas em sua capacidade de construir, fabricar algo de artificial.




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