É necessário – e eu continuo defendendo isto - que as pessoas possam
conhecer e usar um referencial mínimo para poder decodificar o universo
de imagens que invade o seu cotidiano. Intuitivamente eu achava que a mesma base
estrutural que sustentava as imagens da arte também estava presente na base das imagens estéticas do
cotidiano. Depois, confirmei através de teorias e de exemplos. Primeiro, foi necessário estabelecer
teoricamente esta classificação. Mas, afinal, o que é arte? Pergunta irrespondível, definitivamente, é
claro, pois pode ser respondida dos mais diferentes modos. No meu caso, eu precisava saber, ou
diferenciar, o que era arte do que não era (e o que seriam essas imagens
que não eram arte?). Jan Mukarovský foi o teórico que me auxiliou, neste sentido. É uma das
questões que eu trato no primeiro dos meus “textosdesign”, que recebeu o título de IMAGENS
DO DESIGN, IMAGEM DA ARTE?
Não menos polêmico é o assunto seguinte: estética. Quais os diversos sentidos e
interpretações que esta palavra carrega consigo, através da história? E o que hoje atribuímos a ela? Se
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imagens nos interessam, seja quanto à criação ou à leitura (e não é melhor escritor aquele que muito
lê?), os significados da palavra estética, as funções das imagens, sua condição de imagem
estética ou imagem artística têm que interessar também. Disso aborda o texto que tem como título
AFINAL, O QUE É ESTÉTICA?, que acabou começando também com um questionamento,
como o anterior. Tudo a ver... não são as dúvidas que nos fazem pesquisar, buscar conhecimentos?
O filósofo Walter Benjamin afirmou certa feita que “o analfabeto do futuro não seria aquele que não sabe ler imagens.”, ou por outra, “aquele que não soubesse fotografar”. O impacto do prognóstico é uma revelação nos dias atuais, haja vista o grande acesso do público à reprodução fotográfica e, por conseguinte, às imagens dela. Nesse mesmo sentido Brecht observa: “a situação se complica pelo fato de que menos que nunca a simples reprodução da realidade consegue dizer algo sobre a realidade.” Assim, cabe indagar como as artes visuais respondem a este impasse? A possível resposta, ainda com Benjamin, não está como se imagina na criatividade do artista, mas em sua capacidade de construir, fabricar algo de artificial.
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