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17 março 2010

Tempo!

Falta dele isso sim rsrsrs.
Vou demorar pra escrever novamente, estou preparando um post sobre design, mas como vou prestar dois concursos agora no fim desse mês e mais um em abril, imagina como está minha vidinha... corrida!
Dar aulas, preparar minhas aulas da facu... correria geral. Mas como adoro tudo isso, não reclamo não!

Então... até mais, com um texto sobre design e a educação.

bjão!

09 março 2010

A Cabana


Quem já leu esse livro? Com certeza deve ter tido uma experiência incrível, acabei de ler ontem a noite e achei tão fantástica a história que estou até indicando pelo blog a sua leitura.

Fiquei surpreendida que toda a idéia discutida no livro eu já aceitava e acreditava nela, não vou falar porque vai estragar o mistério rs, e também me fez mudar muito a minha visão das coisas, da vida, das pessoas, de Deus... de tudo! Se todas as pessoas soubessem e tivessem conciência da grandiosidade que é a nossa vida, com certeza iam param de perder tempo com o efêmero e com a futilidade.

A breve sinopse é:

A Cabana é um livro escrito pelo canadense William P. Young, lançado originalmente em 2007 e desde então já vendeu duas milhões de cópias. A Cabana foi publicado em português pela primeira vez em 2008.

O livro aborda a questão recorrente da existência do mal através da história de Mack Allen Phillips, um homem que vive sob o peso da experiência de ter sua filha Missy, de seis anos, raptada durante um acampamento de fim de semana. A menina nunca foi encontrada, mas sinais de que ela teria sido assassinada são achados em uma cabana perdida nas montanhas.

Vivendo desde então sob a "Grande Tristeza", Mack, quatro anos depois do episódio, recebe um misterioso bilhete supostamente escrito por Deus, convidando-o para uma visita a essa mesma cabana. Ali, Mack terá um encontro inusitado com Deus, de quem tentará obter resposta para a inevitável pergunta: "Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar nosso sofrimento?"

Vai a dica, vale a pena ler!

02 março 2010

O design gráfico como elemento de linguagem editorial


Pode ser do design gráfico a culpa pelo fracasso ou sucesso de uma publicação?

Por Márcia Okida

Abril 2002

A forma gráfica de uma página

tanto pode afastar como

aproximar o veículo do seu leitor

O design gráfico é uma das mais importantes linguagens de comunicação existentes em uma página de jornal ou revista. Por que uma linguagem explicitamente gráfica seria um dos objetos principais de construção e transmissão de uma mensagem, em uma mídia composta, basicamente, por textos jornalísticos? Não seria por isso, talvez, que muitas revistas e jornais não duram mais do que algumas poucas edições logo após o seu lançamento? Não seria o design gráfico um dos principais responsáveis pelo fracasso editorial de um jornal ou revista? Responsável também pela falta de identificação e comunicação direta com seu público?

Sim. O design gráfico é responsável por grande parte do sucesso ou do fracasso de uma publicação. Com certeza, nesse momento, muitas pessoas podem estar "mal-dizendo" o que afirmo acima. Mas é do design gráfico grande parte da responsabilidade de uma perfeita comunicação entre um impresso e seu público.

A forma gráfica de uma página tanto pode afastar como aproximar o veículo de seu leitor. Pode, também, causar ruídos de leitura, má compreensão, cansar a vista, conduzir a leitura de uma forma errada etc. O modo como uma página, seja ela de jornal ou revista, é composta graficamente deve estar em sincronia com diversos fatores editoriais como, por exemplo:

· ordem de leitura das matérias;

· facilidade de percepção do conteúdo explícito na página;

· rapidez na transmissão da informação;

· facilidade na localização de assuntos;

· melhor entendimento da reportagem.

Assim como a composição gráfica pode ajudar a construir pode, também, destruir o conjunto editorial. Um bom projeto gráfico editorial é aquele que conduz os olhos dos leitores sem se tornar o elemento principal daquela página. Sem interferir na qualidade da leitura. As imagens, o tamanho das fontes tipográficas, a posição de títulos, retículas, boxes, fios, enfim, todos os elementos visuais devem ser perfeitamente pensados e posicionados com o objetivo de atender a uma necessidade editorial.

Esse conjunto gráfico deve ser o espelho de um determinado tipo de público para o qual aquelas matérias estão sendo feitas, principalmente no caso de revistas segmentadas. A busca de um equilíbrio entre a informação visual e a informação textual, um design que não se imponha às vistas de seu público gritando suas formas e cores, deve ser a finalidade principal do designer gráfico no momento do desenvolvimento de seu trabalho.

Mas esse "design invisível" que comunica com perfeição e que leva os olhos do leitor pelos caminhos desejados por um editor sem se tornar a força maior da página, não é algo fácil ou simples de ser alcançado. Existem vários elementos de construção gráfica que devem ser observados no momento da criação de um projeto ou na hora da sua diagramação. São eles:

Geometrização

Deve-se privilegiar os pontos de visão direta e visão periférica com as informações principais da matéria. A fotografia tem uma grande importância no traçado geométrico de uma página. Os olhos das pessoas caminham pela página de acordo com a força visual de cada elemento apresentado na diagramação. Esse traçado geométrico feito, inconscientemente, pelos olhos transmite ao cérebro informações de caráter sinestésico, além de facilitar ou dificultar o entendimento geral.

Gestalt

O contraste entre "figura e fundo" do conjunto gráfico. O equilíbrio entre áreas com e sem informação deve ser bem observado. Esses espaços em branco funcionam como área de respiro para uma página ajudando o ritmo de leitura. Essas áreas de descanso visual devem ser usadas de acordo com a necessidade editorial de um assunto, além de representar os anseios estéticos de um determinado público. Faixa etária, sexo, nível social e cultural, além dos assuntos a serem abordados, podem indicar como essas áreas de respiro devem ser usadas, em que quantidade e onde.

Um detalhe colorido em uma fotografia pode

destruir a linha de leitura de uma página

Tipografia

A escolha tipográfica é de grande importância no resultado final de um impresso. Essa escolha pode ser a responsável pela falta de vontade de terminar a leitura de uma matéria. Algumas características gráficas das letras podem dificultar muito a leitura e, conseqüentemente, a assimilação do conteúdo.

Existe uma sinestesia tipológica que deveria ser pensada, analisada, pesquisada e usada. Infelizmente a preocupação com o conjunto tipográfico de uma publicação é uma questão pouco valorizada pela grande maioria dos impressos nacionais.

Cores

O uso das cores de forma errada pode fazer com que o leitor se interesse em primeiro lugar por uma matéria que não é tão importante. Deve-se observar não somente a cor que se deseja usar mas sua localização na página e quantos segundos de percepção são necessários para sua assimilação pelo cérebro, assim como, quanto tempo uma pessoa ficará com seus olhos fixos nela. Esses tempos são de grande importância e influenciam diretamente na comunicação visual e textual. Um detalhe colorido em uma fotografia pode destruir a linha de leitura de uma página caso essa imagem tenha sido posicionada sem levar em conta essas questões acima mencionadas.

Na grande maioria dos impressos atuais, principalmente os jornais diários, as cores são usadas como um elemento facilitador na localização das editorias, mas dificilmente os designers, diagramadores, criadores de projetos gráficos se preocupam, no momento de posicionar uma imagem, com o que as suas tonalidades são capazes de fazer com a seqüência de leitura e, principalmente, com o que aquela cor pode transmitir.

As cores, dentro do conjunto visual de uma página, deveriam ser mais um elemento a ajudar na seqüência de leitura desejada pelo editor. Mas essa também é outra questão pouco observada na mídia impressa nacional de um modo geral.

Equilíbrio

A assimetria ou simetria excessiva de uma página também pode afastar o interesse imediato e dificultar a leitura geral. O uso de uma diagramação simétrica é quase que um padrão nos impressos atuais e a assimetria é tida, muitas vezes, como erro ou desequilíbrio. Mais uma vez devia-se levar em conta o perfil gráfico do leitor para o qual a publicação está sendo editada e somente assim determinar se o simétrico é realmente o mais correto. Existem públicos com preferências estéticas totalmente assimétricas e que acabam não se identificando com uma diagramação excessivamente simétrica.

A busca pela excelência da comunicação

gráfica deve ser o objetivo dos

novos profissionais da área

Essas são apenas algumas questões que devem ser observadas graficamente no momento da criação de um projeto gráfico e, posteriormente, na sua diagramação. A diferença entre as preferências visuais e até textuais dos diferentes tipos de público faz com que a segmentação da mídia impressa, mesmo no jornalismo diário, cresça cada vez mais. Essa segmentação do mercado editorial torna obrigatório o conhecimento de todos os meios de transmissão de comunicação gráfica, principalmente os que atingem seu público-alvo através de uma comunicação subliminar ou sinestésica, como as preferências por cores, tipos, formas gráficas, estilos etc.

É fato que, graficamente, o jornalismo brasileiro ainda tem muito que alcançar. Basta que algumas regras e padrões antigos sejam quebrados e reformulados de acordo com uma sociedade que busca uma informação cada vez mais aprofundada dentro de assuntos específicos.

A busca pela excelência da comunicação gráfica deve ser o objetivo dos novos profissionais da área. A comunicação subliminar e sinestésica, que podem ser transmitidas através de cores, tipos, formas gráficas e estilos, faz parte dessa busca. É o design invisível segmentado transmitindo informações para o favorecimento de uma perfeita comunicação editorial.

Márcia Okida (1967) é designer gráfico, membro da SND – Society for News Design – e professora de Design Gráfico e Editoração Eletrônica na Faculdade de Artes e Comunicação (FaAC) da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

Artigo publicado na 1ª edição na Revista Ceciliana – publicação científica acadêmica da Unisanta – em julho de 2001, reeditado em janeiro de 2002 para a [designGráfico].

Fonte:
Designgrafico.art.br